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14 de dez. de 2014

AMULETOS, TALISMÃS, PANTÁCULOS & PATUÁS


As palavras amuleto, talismã, pantáculo, são por vezes, na linguagem corrente, empregadas indistintamente. Contudo, à luz das teorias mágicas, cada uma reveste-se de um sentido particular.

Amuleto vem do latim amuletum, que significa encanto, termo empregado pela primeira vez na História Natural de Plínio. Há quem relacione esta palavra com o verbo amoliri, afastar. Contudo, outra faccção atribui-lhe uma raiz semítica que volta a encontrar-se no árabe hamalet, de hamala, que significa usar ou trazer. É um objeto que serve de proteção contra as doenças, quer direta, quer indiretamente. Na palavra amuleto há sempre um sentido profilático, profilaxia que pode ser médica ou mágica, visto que, durante muito tempo, o malefício e a doença foram equivalentes (era atribuído a demônios as indisposições do corpo).

O amuleto é fornecido pela própria natureza: pelo ou marfim de elefante, folha de loureiro, vara de Aarão, etc; ao passo que o feitiço (palavra de origem portuguesa) é fabricado pelo engenho do homem, embora com elementos naturais: ervas secas, pó de ossadas, reproduções em madeira, em barro ou em metal, de um deus de forma animal. 

Não devemos confundir o amuleto com o talismã. O amuleto distingue-se pelo seu caráter geral indeterminado, embora possa haver amuletos dotados de uma virtude particular; o talismã exerce uma ação positiva e restrita sobre aquilo a que se aplica.

O talismã (tilasm em árabe, telesma, objeto consagrado, em grego; tselem, imagem, em hebraico) tem um objetivo determinado, e é isso que o distingue do feitiço, igualmente fabricado pela mão humana: confere favores. Mesmo que seja um objeto natural, a influência que lhe é atribuída está em função de um raciocínio, por vezes lógico, mas sempre simbólico e analógico; o girassol será uma planta do Sol porque se vira para ele; o rubi é uma pedra de Marte porque é vermelha como o fogo e o sangue. A analogia é talvez pueril, ridícula, mas isso pouco importa; provém de origens profundas, pré-lógicas, de um tempo em que as relações das coisas eram diferentes das que têm curso nas sociedades mais evoluídas.

Amuleto é um instrumento passivo, isto é, ele não provoca mudanças, apenas protege seu portador contra todo tipo de forças negativas. 

Talismã é um instrumento ativo, ele provoca mudanças na sorte, no destino de seu portador, conforme a intenção de quem o prepara.

Um Amuleto pode ser permanente, protegendo indefinidamente seu portador contra o mau-olhado, por exemplo. 

O Talismã, uma vez atingido o objetivo proposto, perde a sua validade, como um que seja feito para conquistar determinada pessoa. Assim que isso for conseguido, cessam os efeitos do talismã e ele será descartado, sendo normalmente jogado em água corrente, às costas de seu possuidor, que deverá se afastar sem olhar para trás.

A palavra "pentáculo" é de origem duvidosa. Uns escrevem pentáculo e, referindo-se à estrela de cinco pontas, fazem derivar a palavra do grego Πέντε (Pénte), cinco. Outros escrevem pantáculo,  enraizando na palavra grega que significa todo: um objeto que encerra o todo, uma síntese do macrocosmos.

O pantáculo é a forma mais elevada da ciência talismânica. São inscrições gravadas sobre determinado material (ouro, prata, pergaminho, etc) em concordância astrológica, consagrado nos dias e nas horas planetárias favoráveis.
O talismã age por si próprio; o pantáculo, por intermédio das influências cósmicas que desencadeia. A forma elementar do pantáculo é o círculo.

A virtude do talismã fundamenta-se em quatro elementos:

O momento da sua criação; a matéria de que é feito; as figuras que comporta; as inscrições que nele estão gravadas.

O poder do talismã tem por origem os fluidos ou influxos dos astros que o impregnam.

Toda a teoria do fabrico de talismãs está dominada por uma ideia fundamental da magia mimética: a correspondência do microcosmos e do macrocosmos (o homem e o mundo): "O que está embaixo é igual ao que está encima". A lei das semelhanças implica a correspondência, utilizada pela magia mimética, entre o cérebro e o interior da noz, entre o limão e o coração, etc.

Nas relações entre o mundo superior e o mundo terreno, a arte talismânica reteve a correspondência entre os planetas e os metais, as pedras preciosas.

Nos talismãs encontramos figuras de divindades, homens, animais ou vegetais. A magia sempre utilizou estas representações, a princípio sob a forma de estátuas, depois de estatuetas, e finalmente de desenhos ou grafismos nos quais o rito incorporava a sua alma. Os hieróglifos, antes de mais nada, foram talismãs. Cada figura, mesmo quando demasiado esquematizadas, possuem idêntico valor mágico. As figuras dos talismãs não são "símbolos": o símbolo é uma noção moderna, estranha à antiga magia. Estas figuras são seres reais, em redução, dotadas com a mesma virtude eficaz que animava os originais.

A palavra tem poder - a princípio o emitido pela voz, depois o da palavra conservada pela escrita; a palavra escrita, ao contrário da oral, permanece. É essa a razão de haver muitas vezes uma fórmula gravada no talismã ou no pantáculo.


PATUÁS


Um patuá é um saquinho de tecido natural (geralmente de seda, para os ciganos), cuja cor baseia-se numa série de
princípios, desde a Astrologia até a simbologia das flores. Para fazer o seu patuá, trace um círculo no tecido, de mais ou menos 2 centímetros de raio. Próximo da borda, faça alguns furos para passar um cordão de algodão, linho, lã. 
No centro do patuá coloque os objetos recomendados, depois puxe o cordão, fechando-o, de forma que sobrem duas pontas do mesmo tamanho, suficiente para prendê-lo ao pescoço, de forma que ele fique à altura do coração.

Abaixo, o Nó dos Amantes, usado para amarrar talismãs de amor.

Em alguns casos, o patuá será preso em outra parte do corpo. O importante é que ele esteja sempre em contato com a pele para transmitir força.
Se estiver usando um patuá no pescoço e for entrar na água, beije-o e acomode-o às costas, abaixo da nuca. Usado abaixo do pescoço nesses momentos pode provocar afogamento.

Quando o patuá cair, jogue-o às suas costas, em água corrente e afaste-se sem olhar para atrás; providencie logo um outro.


PATUÁ PARA SEDUZIR UMA MULHER
Depois de pronto, o cordão é fechado com um nó e o patuá é, então, preso ao cós da calça por um alfinete ou por um ponto com linha e agulha.
Após recortar o patuá em seda vermelha, colocar no centro dele uma miniatura de punhal, juntamente com aparas de unhas ou fios de cabelo da mulher desejada.
Procure a mulher usando o patuá, e olhe-a fixamente nos olhos. Pode não dar resultado imediato, mas não desanime. Continue usando e insista em procurar essa mulher, até conseguir seu intento.


PATUÁ PARA SEDUZIR UM HOMEM

Após recortar um patuá conforme ensinado anteriormente, coloque no centro dele uma conchinha
de rio ou mar, a menor que encontrar, juntamente com pêlos pubianos do homem desejado. Se não conseguir, use aparas de unha ou fios de cabelo dele.
Feche e use preso por um cordão, de forma que fique entre os seios.