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31 de jan. de 2014

PROSTITUIÇÃO SAGRADA NO TEMPLO DE VÊNUS


                                  Prostituição Sagrada (Hierà Porneía)

As hieródulas  eram servas sagradas, oficiantes religiosas nos templos da Deusa do Amor, cujas funções incluíam ritos sexuais, mediante pagamento, em honra à deusa, que lhes retribuía com fertilidade e prosperidade, embora o dinheiro fosse mantido no templo.

 A palavra deriva da raiz grega hieros, que significa sagrado ou santo, e essa palavra, por sua vez, relaciona-se a uma forma anterior, eis, para "palavras denotando paixão."

Era preciso que cada mulher do país, pelo menos uma vez em sua vida (antes do casamento) ou anualmente, se unisse sexualmente a um estrangeiro no templo de Vênus. Dava-se a quantia desejada e a mulher não tinha o direito de recusar o homem, pela sacralidade do dinheiro.


 Tratava-se de um gesto honroso e respeitoso, que agradava tanto ao divino quanto ao

humano, de modo que a prática da prostituição sagrada não separava sexualidade e espiritualidade.
Assim o fervor erótico e o desejo sexual, inerentes à natureza humana, eram vivenciados
como bênçãos divinas, de tal forma que atitude religiosa e união sexual eram inseparáveis.
Acreditava-se que as Prostitutas Sagradas eram esposas de deuses e agraciadas por eles,
e por assim ser, eram consideradas pessoas especiais que podiam interpretar a vontade do deus, conceder suas bênçãos e fazer pedidos a eles pelos outros.
Quando a Deusa encarnava na Prostituta Sagrada, ela transmitia o prazer sexual divino, e por assim o ser, absoluto, capaz de transformar em arte de amar os rudes instintos animalescos do estranho. 
Nessa união da Prostitua Sagrada com o estranho efetivava-se a junção do espiritual com o físico e transcendia-se o pessoal para se penetrar no ser divino.
 As emoções humanas e as energias corporais criativas uniam-se com o suprapessoal.
Assim, o estranho tocava as forças regenerativas básicas porque acreditava que a deusa estava encarnada naquela mulher, carnal através do qual se uniam forças ctônicas e espirituais que garantiam a continuidade da vida e do amor. Por isto a Prostituta Sagrada oferecia uma profunda sensação de bem-estar, talvez a que não fosse sentida fora dos recintos sagrados.


O matriarcado se relacionava com a autoridade cultural, em oposição ao poder político 
enfatizado pelo patriarcado.

Em matriarcados antigos, natureza e fertilidade consistiam
no âmago da existência. 
As pessoas viviam próximas à natureza, muito embora seus deuses e deusas fossem 
divindades da natureza. Suas divindades comandavam o 
destino, proporcionando ou negando abundância à terra.
A paixão erótica era inerente à natureza humana do 
indivíduo. 
Desejo e resposta sexual, vivenciados como poder 
regenerativo, eram reconhecidos como dádiva ou benção do divino. A natureza sexual do homem e da mulher
e sua atitude religiosa eram inseparáveis. 
Em seus louvores de agradecimento, ou em suas suplicas, 
eles ofereciam o ato sexual à deusa, reverenciada pelo amore pela paixão. Tratava-se de ato honroso e respeitoso, que 
agradava tanto ao divino quanto ao mortal. 
A prática da prostituição sagrada surgiu dentro desse 
sistema religioso matriarcal e, por conseguinte não fez 
separação entre sexualidade e espiritualidade.

Existem outras especulações sobre as origens da 
prostituição sagrada. 
Talvez ela tenha se desenvolvido, como ocorre com muitos 
costumes, a partir de simples necessidade. Eram mulheres que desempenhavam tarefas servis nos locais sagrados e, 
com o tempo, como foram associadas a coisas sagradas, 
adquiriram certa santidade.
Sendo solteiras, tais mulheres eram procuradas por
homens; conseqüentemente, seus poderes religiosos cresceram. 
Considerava-se que elas mantinham relacionamentos 
íntimos com os deuses - freqüentemente uma dessas mulheres era tida como esposa de divindade masculina. 
E assim ela era dotada do poder de interpretar sua vontade, ou de conceder bênção ou fazer imprecação.


Outra hipótese a respeito da institucionalização da
prostituição sagrada deriva de rito civil.
 Nas primeiras tribos primitivas, uma jovem era oferecida a 
membro designado da tribo, alguém diferente do homem 
com quem ela poderia vir a se casar, para a cerimônia de 
defloração. Era rito da iniciação como membro da tribo.
À medida que a tribo evoluiu culturalmente, tal ato passou a ser oferecido ao deus tribal com a intenção de serem obtidos favores divinos. Vestígio deste rito ainda era evidente na
 Europa medieval no assim chamado jus primae noctis
 (ou droit de seigneur), o direito do senhor feudal à primeira noite com a noiva. Ele poderia renunciar a esse direito 
mediante remuneração, ou então insistir no direito à 
defloração. Mas em ambos os casos a noiva tinha que se 
apresentar ao senhor feudal antes de se unir ao seu marido.

Outros escritores explicam as origens da prostituição 
sagrada como evolução do culto à Grande Mãe, ou Mãe 
Terra. Ela era a deusa de toda a fertilidade, e a sua benção
favorecia a reprodução de colheitas, de crianças e da vida 
animal para as primeiras culturas agrárias.
Relacionado à deusa da fertilidade, embora em posição 
subordinada, estava o marido-filho-amante. Supunha-se quecomo tal união entre a deusa e o seu consorte garantia 
fertilidade a terra, ela deveria ser imitada pelas mulheres que desejavam a sua benção.


Independentemente de virem ao templo do amor por determinação da lei, por dedicação ou por servidão, por sua origem real ou comum, por uma noite ou por toda a vida, sabemos que as prostitutas sagradas eram muito numerosas.
Nos templos de Afrodite em Erix e Corinto havia mais de mil.Elas gozavam de status social e eram cultas. 
Em alguns casos, permaneciam política e legalmente iguais aos homens.


Havia prostitutos sagrados homens, chamados de qadhesh, sacerdotes efeminados que se vestiam com roupas
femininas e preenchiam a função feminina.


FESTIVAIS DEDICADOS A VÊNUS



Foi oferecido a Vênus culto oficial (patrocinado pelo Estado) em certos festivais do calendário romano.
Seu mês sagrado era Abril (Latin mensis Aprilis), que os etimologistas romanos entenderam derivar de aperire"para abrir", com referência ao desabrochar da primavera, das árvores e flores.

Veneralia:
Celebrado a 1º de abril em honra da Vênus Verticordia, aquela que muda os corações.
Vênus Verticordia surgiu in 220 aC, em resposta ao conselho do oráculo Sibyllino durante as Guerras Púnicas de Roma, quando uma série de prodígios foram encarados como descontentamento divino nos crimes sexuais entre romanos de cada categoria e classe, incluindo vários homens e três virgens vestais.
Sua  estátua foi dedicada por uma jovem, escolhida como a mais pudica (sexualmente pura) em Roma, por um comitê de matronas romanas. Em 114 AC, Vênus Verticordia teve seu próprio templo (antes fora alojada no templo da deusa Fortuna). Ela foi concebida para persuadir os romanos de ambos os sexos e de cada classe, casados e solteiros, a valorizar as propriedades sexuais tradicionais e a moralidade conhecidas, para agradar os deuses e beneficiar o Estado. Durante seus ritos, sua imagem era retirada de seu templo para o banho dos homens, onde eles eram despidos e lavados em água morna por suas servas, e então enfeitados com murta. Homens e mulheres pediam ajuda a Vênus Verticordia nos assuntos do coração, sexo, noivado e casamento. 


Templum Veneris Genetricis:
Feriado comemorado em 26 de setembro em honra a Vênus Genetrix, Vênus Mãe.


Templum Veneris Victricis:
Feriado comemorado em 12 de agosto, em honra de Vênus Victrix, Vênus Vitoriosa.


Vênus Ericina:
Comemorava-se em 23 de abril e 25 de outubro, com procissão em direção ao cruzamento das Vias Sicília e Lucania, fora das muralhas da cidade, no templo localizado perto de Porta Collina.
Suas sacerdotisas, as Hierodulae, praticavam a prostituição sagrada em honra a deusa, difundida por toda a bacia do Mediterrâneo.
Nesta festividade, todas as prostitutas de Roma faziam peregrinação ao templo de Via Sicília, com ofertas generosas rezavam a Ericina Vênus, protetora das mulheres públicas da cidade, para olhar por sua capacidade profissional.
Vênus Ericina era venerada na Sicília, no topo do monte Erice, perto de Trapani.
No santuário de Erice praticava-se a prostituição sagrada e comemorava-se dois festivais solenes, Anagogya e Katagogya, que marcavam, respectivamente, a partida da Deusa e suas pombas para a Líbia,
 e seu retorno, nove dias depois, quando uma pomba vermelha precedia a outra.


Os quatro dias de Hekatombaion (Aphrodisia) eram a grande festa de Vênus Pandemos, "protetora de toda a gente", celebrada em toda a Grécia.
O templo era purificado e consagrado com sangue de pombo (ave sagrada a deusa)
e a imagem de Vênus era levada ao mar, seu local de nascimento, onde era submetida a uma lavagem ritual.


Vinalia Urbana 

23 de abrilum festival de vinho compartilhada por Vênus e Júpitero rei dos deuses.
Vênus era patrona do vinho "profano", para uso humano diário. Júpiter era patrono do mais forte, mais puro, e sacrifícial vinhoNeste festival, homens e mulheres bebiam a nova safra de vinho comum, não-sacro, em honra de Vênus, cujos poderes forneciam a humanidade com esse dom.
O vinho era de Vênus e, portanto, venenum, que cura se bebido com moderação, e perigoso se se exagera, como um medicamento. Nos ritos mais arcaicos o vinho substituía o sangue, ou ao menos era o seu equivalente. O vinho novo era sorvido, mas em parte aspergido sobre o altar, para os Deuses.


 Prioresa, uma vez que era o primeiro vinho.
Mulheres de classe superior se reuniam no Capitólio, o templo de Vênus, onde uma libação de vinho do ano anteriorconsagrado a Júpiter, era vertida em uma vala nas proximidades. Meninas comuns e prostitutas se reuniam no templo de Vênus em Porta Collina, onde lhe ofereciam murta, hortelã, e juncos escondidos em cachos de rosa e pediam a ela por "beleza e favor popular"e para terem "encanto e espirituosidade".


Vinalia Rustica

Júpiter e Vênus eram festejados a 19 de agosto para propiciar a nova colheita, bebendo o vinho velho e mais alcoólico que ajudava a afrontar a fadiga.


O vinho era considerado venereo porque, como o amor e o sexo, colocava em um estado de intoxicação e fazia esquecer a dor e o cansaço. 
 O mais antigo festival de Vênus, associado com sua forma mais antiga conhecida, Venus Obsequens. Hortas, jardins e vinhas lhe eram dedicados.





SÍMBOLOS DA DEUSA VÊNUS


Rosas, especialmente as vermelhas, e acima de tudo, a murta, que foi cultivada por suas flores brancas, suavemente perfumadas, e suas folhas com diversas propriedades mágicas e medicinais.



As estátuas de Vênus, e seus adoradores, usavam coroas de murta em seus festivais.
A murta era considerada um afrodisíaco particularmente potente.
O pudendo feminino, especialmente o clitóris, era conhecido como murtos (murta).
Como deusa do amor e do sexo, Vênus desempenhou papel essencial nos ritos pré-nupciais romanos e nas noites de casamento, por isso, murta e rosas foram usadas em buquês de noiva.
O casamento em si não era uma sedução, mas uma condição legal, sob a autoridade de Juno, assim a murta foi excluída da grinalda de noiva. 




Vênus também foi patrona do vinho comum, bebido diariamente pela maioria dos homens e mulheres romanos; os poderes sedutores do vinho eram bem conhecidos. Nos ritos para Bona Dea, deusa da castidade feminina, Vênus, murta e qualquer coisa masculina foram,  não só excluídos, mas inomináveis.
 Os ritos permitiam as mulheres a beber o mais forte, sacrificial vinho, caso contrário, reservado para os homens romanos e deuses romanos; a mulher eufemisticamente referia a ele como "mel".
 Nestas circunstâncias especiais, elas podiam obter virtuosamente, religiosamente, a embriaguês com vinho forte, a salvo de tentações de Vênus. Fora deste contexto, o vinho comum (isto é, o vinho de Vênus), tingido com óleo de murta, foi pensado particularmente adequado para as mulheres.

Maçã

Romã

Concha

Coelho

Pomba branca

Cisne branco


30 de jan. de 2014

TÍTULOS DADOS A VÊNUS


Vênus é a deusa romana da primavera, do amor e da atração sexual.
Ela parece ter sido uma divindade menor no início, mais associada à fertilidade das plantas e jardins do que com as pessoas, até ser sincretizada com a deusa grega Afrodite, ganhando assim, culto considerável, e inúmeros epítetos que se referem aos seus diferentes aspectos de culto, funções e suas semelhanças funcionais para outras divindades.

Vênus Caelestis (Urânia ou Celestial), utilizado a partir do segundo século d C para Vênus como um aspecto de uma sincretizada deusa suprema. Essa forma de deusa era associada com a "Deusa Síria" entendida como uma equivalente tardia a Astarte.


Vênus Calva (a Vênus careca), uma forma lendária de Vênus, atestada apenas pelos escritos romanos pós-clássicos, que oferecem várias tradições para explicar esta aparência e epíteto. Em uma delas, comemorava a virtuosa oferta por matronas romanas de seus próprios cabelos para fazer cordas de arco durante um cerco de Roma. Em outro, a esposa do rei Ancus Marcius e outras mulheres romanas perderam seus cabelos durante uma epidemia; na esperança de sua restauração, mulheres sacrificaram seu próprio cabelo a Vênus.


Vênus Cloacina (Vênus Purificadora); uma fusão de Vênus com a deusa etrusca da água, Cloacina, que tinha um santuário acima da foz do Cloaca Maxima, originalmente um riacho, depois coberto para funcionar como principal esgoto de Roma. O santuário continha uma estátua de Vênus, cujos ritos foram provavelmente feitos para purificar as águas poluídas do bueiro e os ares nocivos.


Vênus Ericina (Vênus de Eryx, na Sicília), adorado de forma romanizada pela elite e as matronas respeitáveis, em um templo no Capitólio. Um templo tardio, fora de Porta Collina e do limite sagrado de Roma, pode ter preservado algumas características Ericinas de seu culto. Isso era considerado adequado para "meninas comuns" e prostitutas.


Vênus Frutis (Forte), honrada por todos os latinos com um culto federal no templo chamado Frutinal em Lavinium.


Vênus Genetrix (Vênus A Mãe), como deusa da maternidade e da domesticidade, com festival a 26 de setembro, a ancestral divina do povo romano. Júlio Cesar dedicou um templo a Vênus Genetrix em 46 aC.

Esse nome foi ligado a um tipo iconológico de estátua de Vênus.

Vênus Kallipygos (Vênus com belas nádegas), adorada em Siracusa.


Vênus Libertina (Vênus A Liberada), provavelmente decorrente através da similaridade semântica entre Libertina (como "mulher livre") e lubentina (possivelmente significando "prazerosa" ou "apaixonado").


Venus Murcia (Vênus da Murta), fundindo Vênus com a pouco conhecida divindade Murcia (ou Murcus ou Murtia), que tinha um santuário no Circus Maximus. Algumas fontes a associam com a árvore de murta. Escritores cristãos descreveram-na como deusa da preguiça e do ócio.


Venus Obsequens (Vênus Obediente ou Complacente), primeiro epíteto romano atestado a deusa.

Ele foi usado na dedicação de seu primeiro templo romano, em 19 de agosto, em 295 aC.
Foi situado em algum lugar perto do Monte Aventino e Circus Maximus, e desempenhou papel central na Vinalia Rustica. Foi supostamente financiado por multas aplicadas a mulheres culpadas de adultério.

Vênus Physica: Vênus como uma força universal, natural e criativa que informa o mundo físico. 

Era Vênus Physica Pompeiana, deusa protetora de Pompéia, que tinha uma forma distinta, local, como deusa do mar e do comércio. 

Venus Verticordia (Vênus que "Transforma Corações").

Venus Victrix (Vênus Vitoriosa, que forma alianças), um aspecto romanizado da Afrodite armada que os gregos haviam herdado do Oriente, onde a deusa Ishtar permaneceu como deusa da guerra. Ela tinha um santuário no Capitólio e festivais em 12 de agosto e 9 de outubro. Um sacrifício era anualmente dedicado a ela, nessa última data. Na arte neo-clássica, seu epíteto como Victrix é muitas vezes usado no sentido de "Vênus vitoriosa sobre o coração dos homens".


Vênus Castnia (indecente) ou Vênus Mucheia (dos bordéis 'porneion').


Vênus Acidalia (de Acidalius, onde ela costumava se banhar)


Vênus Aligena (nascida do mar)


Vênus Anadyomene (que emerge do mar)

Vênus Androphonos (assassina de homens)

Vênus Anosia (cruel)


Vênus Apaturia (especialista na arte da enganação)


Vênus Aphrodita (nascida da espuma do mar)


Vênus Architis (espiritual)


Venus Area (armada)


Venus Astarte (identificando-a com a deusa Astarte)

Vênus Aurea (dourada)

Vênus Barbata (peluda, porque ela restaurou o cabelo das mulheres após a doença)


Vênus Basilea (rainha)


Vênus Basilissa (imperatriz)


Vênus Cypria (da ilha de Chipre)


Vênus Cytherea (da ilha de Citera)


Vênus Derceto (das prostitutas e dos que caminham na rua)


Vênus Despoina (rainha)


Vênus Divaricatrix (com pernas abertas)


Vênus Epitragia (sentada em uma cabra)


Vênus Etaira (pornô, amante)


Venus Felix (favorável)


Vênus Hortensis (adorada em jardins)


Vênus Iona (por sua pomba sagrada)


Vênus Myrtéa (da murta)


Vênus Obsequens (indulgente)


Vênus Pandemia (de todos); foi representada cavalgando um carneiro. 

Originalmente, representava simplesmente a união dos povoados, os "demos", em um só corpo político, como os que formaram cidades-estados maiores como Atenas e Megalópolis. Era venerada em Atenas.
A transição para a interpretação como "Afrodite Popular", "Afrodite Vulgar" ou "Afrodite Promíscua" pode ter-se relacionado ao fato de seu santuário estar situado na popular Ágora, a praça do mercado, ou de as hetairas terem custeado sua construção.

Vênus Phila (amável)

Vênus Philommeides (amante risonha)


Vênus Plagiaria (sedutora)


Venus Pudica (modesta)


Vênus Escócia (das trevas)


Vênus Telessigama (preside casamentos)





ASPECTOS DA DEUSA VÊNUS



Vênus, em Roma, originalmente presidia os jardins e protegia a vegetação, mas, uma vez realizada a identificação com Afrodite, sua homóloga grega, torna-se a deusa da Beleza.
Ganhou esse título quando a deusa da Discórdia atirou uma maçã dourada numa cerimônia de casamento, com a inscrição 'para a mais bela'. Vênus, Hera, e Athena alegaram que pegaram a maçã, então Júpiter decidiu que o príncipe Páris seria o juiz.
Athena e Hera lhe oferecem subornos, como a honra da conquista das batalhas, mas Vênus oferece-lhe o seu amor indiviso, e a chance de estar com a mulher mais linda da terra, Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta. Ele a escolheu, o que causou a guerra de Tróia.
Na mitologia grega, jogar uma maçã para alguém significava estar pedindo por seu amor.
As paixões que desencadearam a Guerra de Tróia tornaram rivais, Athena, que queria restaurar a ordem, e Vênus, que queria ir além dos padrões. Athena triunfou, consagrando assim definitivamente a supremacia do patriarcado nos séculos vindouros.


                                                                   Vênus Verticordia

Vênus era também a protetora da família, com o nome de Vênus Verticordia. Esta imagem de Vênus era enfeitada com flores a cada primavera por mulheres pertencentes a classes sociais mais elevadas. 
Na literatura são numerosas as referências a Afrodite/Vênus. Ela também aparece no mito nórdico de Tanhäuser, posto em ópera de Wagner. 
Entre os atributos de Vênus há dois pombos e dois cisnes que puxam seu carro, a concha marinha da qual nasceu, um cinturão mágico, a tocha ardente do amor, a murta.

A deusa era adorada pelas mulheres juntamente com Fortuna Virilis, deusa da prosperidade na relação entre homem e mulher. Com a deusa Concórdia, Vênus era adorada como a já citada Verticordia, a deusa que muda o coração da mulher em castidade e modéstia; mas em outros festejos era adorada também como deusa da prostituta sagrada.


Ela tinha vários epítetos que aludiam à sua qualidade de despertar a vegetação (Antheia), de protetora da navegação (pontia), ou de combatente (Area, e, neste caso, era adorada ao lado de Ares/Marte); outros que com freqüência lhe eram dados:

Urânia (filha de Urano, o céu; deusa da castidade, representante do amor espiritual) e Pandemia ou Pandemos (filha de Dione; deusa do povo e do amor passional, vulgar).

Quando diz-se que Vênus é deusa do Amor, da beleza e da arte, o é no sentido da capacidade de refinar a arte. É considerada por todos, divina e mortal, a mais bela das deusas, a mais irresistível e atraente, verdadeiro símbolo do amor, do qual não só é portadora, mas que encarna e representa.



Ela é a força que impulsiona irresistivelmente um ser para o outro, o amor passional.
Foi retratada cercada de rosas e murta, em uma carruagem puxada por pardais, pombos e cisnes, enquanto usava o famoso cinto mágico, que tornava irresistível quem o usasse, porque fora entrelaçado com todos os "encantos" de Vênus, o desejo e os truques amorosos e sedutores, que engana até mesmo o coração do sábio, como disse Homero.

Vênus encarna o princípio do prazer como um fim em si, ela ama pelo prazer de amar, e ao contrário dos outros, escolhe seus amantes um a um, nunca passando às escolhas dos outros. 
Com seu cinto mágico, que ela usa para seduzir qualquer pessoa que ela escolha amar, ela faz dom de sua beleza e de seu amor, sem qualquer outra finalidade que não seja o amor-próprio.
Sua satisfação pessoal está ligada ao seu valor pessoal, e o fato de escolher é o que a torna irresistível,
a sua autenticidade.
Ela, de fato, encarna o amor, em primeiro lugar por si mesma, em seguida, para os outros.
Os "feitos" de Vênus nunca param, porque o desejo de transformar-se continuamente se renova.

É a bela deusa que abençoa o ventre da mulher, protegendo ao mesmo tempo em que ele incha, e no momento do parto alivia a dor que o amor causou... ​​Ela é a guardiã dos mistérios do amor, a partir do qual toda a vida depende. Vênus não ama para compensar um vácuo, ou "sossegar", ou para procriar, ela basta a si mesma e, apesar de suas inúmeras relações, e seu casamento com Hefesto, tem a energia de uma,
 tanto que seus filhos são criados por seus pais.


Vênus, no mito, representava a classe social feminina da hetaira. As hetairas tinham acesso a cultura e também eram as iniciadoras sexuais dos homens; podendo estudar e escolher. Só se fosse de natureza nobre a mulher poderia se tornar hetaira. Eram mulheres muito refinadas, cultas, que sabia usar a arte. 
Outra coisa que a diferencia e a torna extremamente perigosa aos olhos dos homens e mulheres mais inseguros é que Vênus não mostra nenhuma hesitação em expressar sua atração, e utiliza o erotismo como instrumento de sedução. Ela não atrai pelo o que oferece, como outras deusas e mortais mais maternais e compassivas de você, mas pelo que é, e isso, só por ela ser ela mesma durante todo o caminho, produz a grande atração.

 Não só Vênus aparece, como transforma a genialidade obsessiva e funcional de Urano em uma arte sutil da qual é essencial uma exata medida de distância e proximidade, para que a sua magia possa operar.

O amor por você também pode dar alegria aos outros, mas absolutamente sem dependência.
Ela não faz nada para ser amada, mas encarna amor, dá essa sensação, sem esperar chegar do outro,
como se permitisse ao outro de experimentá-lo por si mesmo. A compaixão com certeza não lhe pertence, mesmo no relacionamento com seus filhos. Os homens com os quais se relaciona ambos pertencem ao reino dos deuses e o dos humanos, o que importa é o seu desejo e sua escolha, que deve, antes de tudo, satisfaze-la.

Vênus é muitas vezes representada com um espelho na mão. Ela se olha e se quer, independentemente da opinião alheia. Por isso, no mito, repetidas vezes colide com a moral coletiva. Não é que seja privada de ética como querem fazer crer seus detratores. É que a ética dessa irresistível deusa não está ligada a moral coletiva nem a religiosa, mas com o sentido de seu valor pessoal. 
Ela quer conduzir e explorar o grande tema da relação com nós mesmos e com o nosso interior, em outras palavras, o grau de nossa auto-estima. 

Sua beleza é algo que vai muito além do conceito estético.
A beleza de Afrodite, sobretudo a da romana Vênus, tem muito a ver com o conceito de harmonia. 
Se para os gregos essa harmonia centrava-se na perfeição das formas, com Vênus fala-se de uma beleza interior, ligada ao ser verdadeiro e autêntico. Além disso, para além do seu comportamento amoroso,
deve-se reconhecer que ela sempre em seu agir gosta de clareza e sinceridade, e na verdade, tudo o que ela faz, é sempre à luz do sol. Também por esta razão era chamada de A Dourada (a áurea), além do fato de que ela estava sempre vestida com objetos de ouro feitos para ela por Vulcano. Assim, o verdadeiro significado de o que pode levar à " veneração " para esta alquímica deusa do Amor, é descobrir a si mesmo refletido no que você ama, para em seguida amar ainda mais a si mesmo, a vida e o amor.

Toda vez que cuidamos da beleza do nosso corpo e do nosso espírito, ou nos expressamos de forma criativa, ou estamos trabalhando para criar harmonia em torno de nós, cada vez que nos apaixonamos por uma pessoa, uma coisa ou um momento, ou que fazemos algo que realmente gostamos, a cada vez que nos sentimos à vontade com nós mesmos e exalamos amor por todos os poros da pele, estamos homenageando a bela e sensual deusa Vênus.

O reino de Vênus está principalmente nas áreas da vida que envolvem amor, prazer, arte e beleza. O planeta mais brilhante do céu é lembrado do presente da beleza sempre que podemos ver essa estrela radiante nos céus. Como uma joia brilhante, Vênus atrai nosso olhar. Os poderes da atração são fortes e magnéticos; atraindo para nós o que desejamos, fazendo-o nos desejar por sua vez. A magia de Vênus pode revelar nossos desejos para nós e nos ajudar a torná-los realidade. Vênus pode atrair amantes, luxo e risos para nós. Tudo isso que merecemos e muito mais, acreditemos ou não.

Os poderes básicos de reconciliação e unificação podem ser usados ​​de inúmeras maneiras. Criar uma atmosfera pacífica em que os sentimentos possam ser compartilhados com segurança e as pessoas possam ficar vulneráveis ​​entre si é talvez um dos melhores truques do manual de instruções de Vênus. Ao criar essas áreas de calma e abertura emocional, Vênus permite que os relacionamentos sejam estabelecidos e se aprofundem, curando qualquer fenda ou tensão entre os indivíduos. Vênus anseia por união e harmonia e criará os meios para alcançá-lo, concentrando-se principalmente na compreensão e conexão de uma maneira que nenhum outro planeta possa.

Vênus é a deusa do amor e procura semear a todos que lhe abrem seus corações, seja por uma noite ou por toda a vida. A Estrela de Afrodite está aberta a tudo, buscando unificar os amantes em fazer amor ou em votos de casamento. Vênus é organizadora de casamentos e planejadora de casamentos para pessoas que buscam sua alma gêmea, e ela tem um desempenho igualmente bom para indivíduos que procuram expressar sua sexualidade de maneira segura e saudável. É claro que os relacionamentos que Vênus encontra e constrói para nós não precisam ser românticos ou sexuais, Vênus se concentra na maneira pela qual duas coisas são semelhantes e podem ser usadas para criar vínculos poderosos de amizade, aceitação e afeto.

Os poderes deste planeta não se concentram apenas no amor e nos relacionamentos, mas também nos domínios da arte e da beleza. As peças talismânicas de Vênus podem ser usadas para inspirar expressões artísticas criativas e se tornar musas poderosas para os aspirantes ou artistas profissionais do mundo. Ela suaviza as bordas e aperfeiçoa o trabalho, conferindo-lhe uma sutil elegância celestial que atrai os espectadores com um esplendor celestial próprio. As aplicações cosméticas de Vênus são bastante comuns e pós, loções e cremes preparados durante um ritual com ela podem ser usados ​​para reduzir cicatrizes, acne e outras marcas feias que nos fizeram sentir imperfeitos. Eles podem alterar e melhorar a aparência com o tipo de magia normalmente chamada Glamoury. Sendo a rainha do glamour, Vênus sabe o que é preciso para brilhar de forma autêntica e bonita.

"Venha, Toda-Atraente, e para a minha oração inclinada.

Por ti chamo, com mente santa e reverente".

O MITO DE VÊNUS



VÊNUS (AFRODITE)

Deusa do amor, do desejo, da fecundidade. Identificada na Grécia como Afrodite, com sua beleza encantava homens e deuses, provocando atração fatal em qualquer um que a encontrasse.

No entanto, para ela, às vezes, o doce ardor da paixão podia ter alguma implicação amarga.

Fascinante, sensual, sedutora, mas também volúvel e caprichosa, Vênus era considerada pelos antigos uma deusa “perigosa”. Sua beleza, de fato, tinha o poder de despertar os aspectos mais instintivos e irracionais da alma humana, provocando paixões e ciúmes que muitas vezes tinham um desfecho trágico.



GENEALOGIA DE VÊNUS


Sobre o nascimento de Vênus existem duas tradições distintas: a mais antiga remonta a Homero e faz da deusa do amor a filha de Júpiter e Dione, uma misteriosa divindade nascida da união entre Urano e Gaia.


A Teogonia de Hesíodo, no entanto, argumenta que Vênus nasceu da espuma do mar, fecundada dos genitais de Urano quando ele foi castrado pelo filho Cronos. Segundo esta versão do mito, Vênus, uma vez imersa da água, fora recebida pelas Horas, filhas de Tétis, que brincavam na praia e foram ao encontro dela, para cobri-la com véus e entrelaçar o cabelo louro com grinaldas de flores. Então teria sido levada pelo vento Zéfiro até Citera, e de lá para Chipre, onde pisou pela primeira vez em terra firme, fazendo brotar uma grama macia sob seus pés. Júpiter, soberano do Monte Olimpo, a recebeu como filha adotiva.

Diz-se que, um dia, querendo ser útil, Vênus começou a tecer um quadro, surpreendida por Athena, deusa das artes, e de imediato criou-se um mal entendido, porque a arte da tecelagem era uma virtude pertencente a Athena, e ela queixou-se a Júpiter. Vênus, depois de desculpar-se com Athena, decidiu não trabalhar mais, e dedicar-se apenas em fazer todos apaixonarem-se por ela. 

Uma versão alternativa diz que Vênus nasceu de uma concha, e que dentro dela foi levada sobre a espuma do mar até Citera.


Como deusa do amor, Vênus teve muitas aventuras, e muitos filhos. Nenhum deles veio de seu casamento infeliz com Vulcano, deus do fogo. A maioria de seus filhos foi gerado de sua relação com Marte, que inclui Cupido (Eros), Pan (Phobos) e Harmonia. Da sua relação com Anquises nasceu Enéas, herói troiano a que Virgílio atribuía a fundação de Roma.


                   Petra tou Romiou (local de nascimento da deusa), perto de Paphos, no Chipre



DUPLA NATUREZA

O culto de Vênus no mundo clássico tem certamente raízes muito antigas.

Acredita-se que a figura da deusa surgida a partir da espuma do mar provém da antiga mitologia oriental. Em particular, Vênus é muitas vezes tratada como Ashtoret (ou Astarte), a Grande Mãe fenícia, adorada por todos os povos da língua semítica e ligada a ritos de fertilidade e desejo. Como Astarte (e, mais ainda, como sua antecessora, a babilônica Ishtar), Vênus também é, de certo modo, uma divindade com duas faces: por um lado benéfico, porque está ligada aos ritos de amor, compaixão e maternidade, por outro terrível, ligada às forças mais escuras da Terra (daí a sua identificação em Esparta, Chipre e na ilha de Citera, com a deusa da guerra). Essa dualidade também se reflete na personalidade de Vênus que emerge do mito: se na maioria das histórias Vênus é celebrada por sua beleza e sedução - tão irresistível até mesmo para subjugar seu pai, Júpiter- em outros casos o seu poder sobre os outros assume forma brutal e vingativa. Como, por exemplo, Vênus é considerada por muitos autores a responsável ​​pela morte de Hipólito, culpado apenas de ser consagrado a Ártemis, e não a ela.

E no mito ovidiano de Eros e Psique, o ciúme no confronto da bela donzela amada pelo filho, induz Vênus a submete-la a toda sorte de tormentos.


Em Roma, Vênus começa a ser venerada como padroeira da  gens Iulia (estirpe imperial) e como mãe de Enéas, o fundador de Roma. E como tal, adquire o papel de protetora do império, uma função pública que à grega Afrodite nunca foi concedida.



A AMANTE INQUIETA


Em torno da figura de Vênus surgiram muitas lendas, não atribuíveis a um corpus unitário, mas fragmentadas e muitas vezes contraditórias. Muitas são inspiradas pelo casamento infeliz da deusa com Vulcano, o deus coxo de fogo, a quem seu pai a havia destinado. Para escapar da jaula de um casamento arranjado, Vênus traía o marido com um grande número de amantes, e sobretudo com Marte, a quem amava ardente.

Ao deus da guerra Vênus permaneceu fiel mesmo depois de seu marido tê-la pego dormindo com seu rival, os dois amantes presos por uma teia de arame invisível os expôs ao ridículo dos outros deuses, humilhação que levou Vênus a passar um período de exílio em Chipre, sua ilha favorita, longe dos olhos de todos, mas isso não impediu que ela, ao voltar para o Olimpo, retomasse seus casos amorosos com outros deuses, voltando a trair o marido bem como com Marte, Baco e Mercúrio.

A deusa também teve várias aventuras (nem todas com final feliz) com os homens mortais, incluindo o belíssimo Adônis e Anquises.


Além dos contos de teor erótico, o corpus mitológico de Vênus não propõe outro de conteúdo mais escuro, muitas vezes concebidos para enfatizar a natureza vingativa da deusa. Assim, quando as mulheres da ilha de Lemno deixaram de adora-la, a deusa as puniu afligindo-as com um odor fétido que levou seus maridos a traí-las e deixá-las. 

E quando a filha de Ciniras, rei de Chipre, a desonrou pelo seu comportamento, ela a castigou forçando-a prostituir-se com estrangeiros. Tal como os outros deuses do Olimpo, Vênus participou na Guerra de Tróia, ao lado dos troianos. Seu favor não salvou a cidade da destruição, mas permitiu 
a estirpe troiana sobreviver, graças à Enéas, que Vênus protegeu em sua fuga para Roma.


DECEPÇÃO PARA ANQUISES


Apaixonada pelo belo pastor Anquises, Vênus, para não assustá-lo, fingiu ser uma princesa frígia, e nessa qualidade o seduziu e amou. Quando Anquises descobriu o engano, ela tranquilizou-o sobre o seu destino (o jovem, de fato, temia ser punido por Júpiter por ter amado uma deusa) e anunciou que o filho nascido de sua união ganharia a glória eterna.



BELO PARA MORRER


Adônis era tão belo que, Vênus, apaixonada por ele, o fez seu amante. Talvez essa sua escolha tenha custado a vida do jovem, atacado por um javali que, segundo a lenda, foi incitado contra ele por Marte, ciumento dos favores concedidos por Vênus ao perigoso rival.



PIGMALEÃO E GALATEIA


Ovídio, em sua Metamorfose, conta o mito de Pigmalião, antigo rei de Chipre que se apaixonou pela estátua de mulher esculpida por ele mesmo. Louco de amor pela escultura, Pigmalião suplicou a Vênus que desse vida a sua criação. Oração que a deusa escutou, fazendo com que a estátua se transformasse em uma mulher de carne e osso. Pigmalião a desposou e com Galateia (este era o nome da mulher) teve uma filha, que por sua vez gerou a Ciniras, fundador da cidade de Pafo, um dos mais importantes santuários consagrados a Vênus.



SEDUÇÃO PERIGOSA


O arquétipo de Vênus como mulher fatal, sedutora, e ao mesmo tempo perigosa, nunca deixou de fascinar artistas e poetas.



Entre a Idade Média e o Renascimento, por exemplo, a deusa é protagonista de obras de grande ambição como La Teseide, de Giovanni Boccaccio, Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, e Vênus e Adônis, de William Shakespeare. Sem mencionar a abundante produção de pinturas focadas na deusa, incluindo a de Andrea Mantegna, Giorgione, Tiziano e Sandro Botticelli. No século XIX, a deusa do amor romântico é celebrada por Ugo Foscolo no poema inacabado Le Grazie. A revisitação do mito efetuada em 1932 por Salvador Dali, que redesenha a Vênus de Milo (a mais famosa estátua clássica de Vênus), transformando-a em uma beleza surreal.