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5 de out. de 2014

AFRODITE, PERSONIFICAÇÃO DO AMOR


Deusa grega da beleza, da fertilidade e do amor, correspondente à romana Vênus, porém, ao contrário desta, não representava apenas o amor sexual, mas também a afeição que sustenta a vida social. 
É uma deusa de origem provavelmente oriental, sendo primordialmente identificada como Astarte (Ishtar babilônica / Inanna sumeriana). O epíteto "Cipriota" talvez indique que os gregos tomaram conhecimento da divindade em Chipre. 
É certo que ela recebia um maior culto nessa e em outras ilhas gregas. Pode-se inferir que seu culto chegou à Grécia por mar.

Vênus de Milo
De acordo com Hesíodo, ela nasceu dos genitais cortados de Urano, enquanto Homero relata ser ela filha de Zeus e Dione, e esposa de Hefesto.

Era comumente separada por escritores e filósofos em Afrodite Celestial (Urania, nascida de Urano) e Afrodite mundana (Aphrodite Pandemus). Seu caráter celestial é ligado à origem descrita em Hesíodo, e ressalta o seu aspecto de divindade oriental, de fertilidade (veja abaixo a passagem que ilustra o nascimento de grama sob seus pés). Já seu caráter mundano aparece mais ligado a Homero, que a mostra como deusa volúvel do amor sexual e mesquinho.

Ainda ressaltando seu caráter como deusa da fertilidade, ela recebia em Creta o epíteto de Anthéia, deusa das flores, o que revela sua conexão com a magia das plantas. Também era a responsável pelo orvalho da manhã.

Mitos
Conta-nos Hesíodo, em seu poema "Teogonia", que Urano estava banindo seus filhos para o Tártaro, e Gaia, sua esposa, incitou seu filho mais poderoso, Cronos, a enfrentar o pai e tomar o seu poder. Cronos destronou seu pai, Urano, e na luta cortou seus genitais com uma pequena foice.

"Quanto aos genitais, tão logo ele os cortou com seu adamantino instrumento e os atirou da terra ao mar oscilante, eles foram carregados nas ondas por um longo tempo. Em torno deles uma espuma branca surgiu da carne imortal, e nela formou-se uma jovem. Primeiramente, ela se aproximou de Cítera, então de lá ela veio à Chipre envolta pela água. E da espuma saiu uma deusa modesta e bela, e a grama começou a brotar por baixo do seu delgado pé. Deuses e homens chamam-na Afrodite, porque ela se formou da espuma, e Citereia, porque ela se aproximou de Cítera, e nascida-de-Chipre, porque ela nasceu na Chipre lavada pelo mar, e "genial", porque ela apareceu de genitais. 
Eros e o belo Desejo assistiram seu nascimento e acompanharam-na quando ela juntou-se à família dos deuses. E esse tem sido a província a ela partilhada desde o começo entre homens e deuses imortais:

"O sussuro das garotas; sorrisos; desilusões; doces prazeres, intimidade, e suavidade."

Homero abre sua Ilíada contando a história de um concurso de beleza entre as deusas Afrodite, Hera e Atena. Não sendo possível aos deuses decidir essa disputa, foi deixado à cargo de um mortal, Páris, filho de Príamo, rei de Tróia. Páris então deu o prêmio, uma maçã de ouro, à Afrodite, que em troca prometeu-lhe a mão da mulher mais bonita do mundo. Foi assim que ocorreu o rapto de Helena de Tróia por Páris, fato que desencadeou uma guerra.

Ainda segundo Homero, Afrodite era a esposa de Hefesto. Essa união, porém, estava longe de ser estável, pois apesar de muito bela, Afrodite apresentava um caráter vulgar. Tomando conhecimento do caso, Hefesto armou uma armadilha e prendeu Ares e Afrodite em uma rede, expondo-os à vergonha frente aos outros deuses.

Afrodite e Ares

Deusa Afrodite

A vida era nova e frágil quando Afrodite chegou com o suspiro da renovação. Nascidas de ventos gentis no mar oriental, ela chegou na ilha de Chipre. Tão graciosa e sedutora era a deusa que as Estações correram para recebê-la, implorando para que ficasse para sempre. Afrodite sorriu. Sua estada seria interminável, seu trabalho nunca completo. Ela atravessou a praia cristalina e caminhou por sobre as montanhas e vales, procurando por todas as criaturas viventes. Magicamente as tocou com desejo e as mandou embora em alegres pares. Ela abençoou o útero das mulheres, guardando-os enquanto cresciam, e aliviou as dores do parto. Em todos os lugares ela espalhou a promessa escondida da vida. Todos os dias beijava a terra com o orvalho da manhã.

As andanças da deusa a levaram para longe, mas todo inverno ela retornava à Chipre com suas pombas para seu banho sagrado em Paphos. Lá era atendida por suas Graças: Florescência, Crescimento, Beleza, Alegria e Resplendor. Elas a coroavam com mirto e espalhavam pétalas de rosas a seus pés. Afrodite caminhava para o mar, para os ritmos lunares da maré. Quando emergia, com seu espírito renovado, a primavera florescia plenamente, e todos os seres sentiam sua alegria. Através de estações, anos, eras, os mistérios de Afrodite permaneciam invioláveis, pois apenas ela entendia o amor que gera a vida.

Amantes 

Além de seu marido Hefesto, Afrodite teve diversos outros amantes:

- Adonis;

-Ares - de quem teve Harmonia, Eros, Deimos e Fobos;

-Dionísio;

- O mortal Anchises - de quem teve Enéias.

Em relação à maternidade de Eros, parece que essa é uma lenda posterior, já que Hesíodo conta Eros entre as divindades primordiais, surgindo após o Caos. Além disso Eros aparece assistindo o nascimento de Afrodite.